No
permeio de suras, papos e cafutchêtchês
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por Lo-Chi
O político é a antítese da sua declaração. Tudo que ele
diz, que não, é sim. Por isso, o termo politicamente correcto. Politicamente
correcto, é falar aquilo que não pensas que é, mas que convém, principalmente,
ao político. O correcto para o político é a mentira.
Exemplificando,
os políticos são uma espécie da raça humana, minto e rectifico, uma espécie de
raça animal, a mais racista que se pode encontrar, se olharmos para a
generalidade. E se nos concentrarmos em
África, além de racistas, eles são os mais tribalistas de todos os tempos. E
são eles mesmos, que entretanto na sua estratégia enganosa, fazem um discurso
contra isto e aquilo, apregoando igualdades e tais, porém, montando estruturas,
sistemas e circunstâncias quase impossíveis de na prática as raças (tribos)
menos preponderantes, em número, ou capacidade económica, atingirem lugares
cimeiros no poleiro governativo, ainda que com competência reconhecida, porque
estes só servem, quando para lhes dar o respaldo, nas suas subidas e
realizações. Não nos esqueçamos, que uma das grandes virtudes do político é o
cinismo, com uma boa dose de hipocrisia. Vamos ser sinceros e com verdade
responder a esta pergunta. Podemos sequer imaginar em Moçambique, amanhã, um
Chefe de Estado branco? A resposta mais evidente será que; sim, se for um
político talhado nesse dia para a hipocrisia, e irá justificar com o facto de
estar consagrado na Constituição; não, se estiver com uma boa dose de cinismo,
e justificar-se-à, com o povo não está
preparado, saimos agora de um processo de colonização etc. e tal, todos
eles a quererem dizer a mesma coisa, mas sem evocar a razão verdadeira e única.
Mesmo no país mais democrático do mundo, segundo opinião generalizada, um dos
primeiros a conceber um negro no lugar mais alto do poder, nos Estados Unidos,
foi um escritor, e isso porque o intelectual olha desprostituidamente para o
homem, na sua dimensão humana, de qualidades, virtudes e defeitos. E foi assim
que o Irving Wallace, branco importa frisar, nos brindou nos anos 64, um
personagem que deu o nome de Douglas Dilman, no seu livro, O Homem, e criou um
trama tal, em que um negro retinto foi parar, pela primeira vez, bem antes do
Obama, na presidência da grande potência que é a América. E isso só em livro
foi possível, mas também conhecendo a realidade, mesmo na ficção, só aconteceu,
porque nas probabilidades mais febrilmente animadas, estava fora de hipótese
acontecer, na hierarquia em que o Dilman se encontrava, mas o improvável
aconteceu, e também porque era os Estados Unidos, em que sempre que esteja
evidente e sem outra saida, cumprem a lei, mesmo que contrariados. Porque sendo
aqui, em África, como temos vindo a assistir, inventariam um triunvirato,
colégio, ou um governo de unidade nacional, senão mesmo uma de transição, com a
desculpa mais esfarrapada, rasgando a Constituição se necessário fosse. Além
dos exemplos mais recentes, Guiné Bissau, Mali, como também temos o do vizinho
Malawi, que por pouco não passaram a perna a senhora Joyce, não fosse ela ser
política também, poderemos recorrer para exemplificar a digníssima e justificadíssima
manobra do Zimbabwé. Mas, mesmo nos Estados Unidos, na realidade, hoje, só foi
possivel, porque o negro, que não é negro, entrou pela mão de um branco, o
senador Kennedy, e graças as suas qualidades bem evidentes, mas mesmo assim o
esforço que lhe foi requerido, foi quase o quíntuplo dos outros, tudo isso por
mera questão rácica. Contudo, nada disso tem haver com a população, porque como
vemos, quando alguém consegue chegar a probabilidade de ser votado, a população
fá-lo normalmente, sem preconceitos. É problema do animal político.
Quando o político fala abaixo, por exemplo, dá-me
sempre a sensação, que pensa, isto aqui é sacrossanto e erga-se, faz parte
da minha forma de ser e sobreviver, e di-lo, para confundir e parecer.
Quando o político sorri, dificilmente se sabe, se é sinal de alegria, ou a
exteriorização de um descontentamento, por se lhe ter oposto. Político a
gargalhar, nunca jamais em tempo nenhum, e se porventura acontecer, cuidado.
Até a gargalhada, um dos sinais de exteriorização emocional verdadeiro, nele,
sai corrompida. Na maior parte das vezes, o político fala ao contrário do que
pensa genuinamente. Quer seja, falar, contra o racismo, contra o tribalismo, e
hoje por hoje, a corrupção. E a propósito deste último item, olhando para as
circunstâncias domésticas, para mim, o nosso Parlamento só veio comprovar a
opinião que se tem dos políticos. Estão contra a corrupção, mas retiram todos
os instrumentos que torna possível prevenir, verificar até combater. Estou a
falar do Código de Ética do Servidor Público, cujo teatro tétrico nos brindou a
casa da representatividade, com argumentos falaciosos, mudanças de nomes e
coisas que tais, mostrando a verdadeira face do político. Depois, admiram-se
com o desencanto generalizado da população mundial com a política. Aliás, eles
até gostam desse desencanto, que lhes serve à medida. Com o político nada é
definitivo, um mesmo acto, aqui e agora, varia de avaliação instantaneamente.
Se for a seu favor é um acto, de visão, de coragem, de fidelidade a
pátria, e essa pátria é ele mesmo, um
acto heróico; e se não for, ainda que um problema de visão diferente, e não
necessariamente de menor qualidade de análise, vira traidor, vendilhão e coisas
que tal. Com o político o que é condenável hoje, não é necessariamente amanhã.
No nosso caso africano, o mesmo acto, se for praticado por ele, está em busca
de investidores para o desenvolvimento do país, se for praticado por outro,
está a vender a pátria, está a levar-nos para o retorno ao colonialismo.
Quando o político começa a invadir outras áreas
tradicionalmente ocupadas pelos técnicos, essas áreas começam a ficar
politizadas e consequentemente infestadas com as qualidades inatas dos
políticos. Começa o acidente social. Se a Função Pública politiza-se, começa a
disfunção, grassa a corrupção. Se o juiz é político, irremediavelmente o
judicial fica politizado e aí a lei é golpeada, impera o lobby e a trafulhice;
não há procuradoria que o encontre. Se o gestor empresarial é político, está
lixada a empresa e a economia, porque começa a ficar contaminada. Nem sequer
precisa exemplificar, de tão recente que estão os exemplos domésticos. Confesso
honestamente, não sei qual deles o mais pícaro; o político ou o chimpanzé??!! Em
tudo o político é um processo de auto-destruição como homem que parece. Veja o
destino que está a dar ao planeta, numa casmurrice sem precedentes, pensando
ele, que está imune as alterações da natureza!
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