por Lo-Chi
Nesta altura, de falência originada pelo período de
festa que acabamos de passar, com os consequentes feriados prolongados à
mistura, que vem decerto modo aumentar a falência dos bolsos do cidadão, as
nossas autoridades como que a castigar ainda mais o desavisado, que gastou para
além do aconselhável, e parece que é a maioria, as nossas autoridades, quer
sejam municipais ou centrais, na sua verdadeira vocação de dificultar a vida,
tem as suas taxas e impostos obrigatórios, estabelecidas para a liquidação dos
mesmos, precisamente nesses meses infernais, para além das matrículas e
quejandos. Meses complicados esses, para financeiramente se solver problemas.
Acredito que se fizer um levantamento do período em que muitos casais, entram
em desaguisados que no mínimo desarilham os lares, ou mesmo se separam, será,
ou terá origem, neste período. Mas voltando as obrigatoriedades de pagamentos,
andei eu pelos municípios tanto da Beira, como Maputo e Quelimane, quitando as
minhas obrigações com relação a eles. E nessa complicada e dolorosa acção de
cumprimento fiscal, lendo os recibos de quitação, remeteu-me ao acordo
ortográfico.
Tanto quanto soube, o acordo ortográfico assinado
pelos países falantes da língua portuguesa, serve para estabelecer regras da
ortografia da mesma. Não vou entrar na bronca, da validade nem supremacia de
uns e do papel secundário de outros ou o respeito pelas especificidades de cada
um deles, nem dos critérios utilizados, nem sequer dar o meu ponto de vista,
porque de facto tenho o meu. Mas tanto quanto soube, Moçambique é subscritor do
acordo, e em consequência, gastou-se ou
vai gastar-se um balúrdio de dinheiro para o efeito. Tudo isso pressupõe, que
Moçambique ajoelhou e agora tem ou deve rezar pela cartilha. Para quê, tanto
gasto, perguntei-me eu.
Perguntei-me porquê, porque quando as instituições do
Estado não respeitam os acordos que ele próprio assinou, e com agravante de se ter e estar a despender
milhões de meticais, que fazem falta a sectores prioritários, a pergunta lógica
é porquê. Isso porque, quando fui ao Município de Quelimane, vejo a designação
Conselho Municipal, sim com S,
nos documentos oficiais. Julguei que fosse um equívoco ou gralha perfeitamente
compreensível. Vou a Beira idem, Maputo idem aspas. Fiquei desnorteado, pensei
que afinal, estaria eu equivocado, e compulsei três dicionários, todos eles
unânimes. Segundo reza a ortografia, Conselho, segundo os mesmos, significa, s.m. parecer, opinião, advertência,
admoestação; reunião de ministros, assembleia de professores. Concelho,
também segundo os dicionários consultados, significa, s.m. circunscrição administrativa que é uma divisão do distrito;
município. Ao que me parece, que o concelho que se adequa ao município é
com C, segundo as regras que
esses municípios, que citei e outros mais, são formalmente subscritores porque
pertences da Organização Administrativa do Estado.
Se é para nos baldarmos dos acordos, não gastemos
dinheiros, nem nos incomodemos com os putos desta geração, que escrevem como
escrevem, e nem sequer lhes punam nas escolas, porque os exemplos vêm do
Estado. Ou então, melhor, deiam-nos uma explicação cabal e fundamentada desta
ortografia, desfazendo-nos os equívocos.
___-
Nota: no que tange verdadeiramente a conselho, o único
que gostaria de dar, neste momento em que escrevo, e em que está um ambiente de
cortar a respiração em Muxungué, e previsto por mim na crónica antepassada, é
que os desavindos se sentem a mesa de conversações, e tenham uma conversa
sincera, sem cartas na manga, com efeitos práticos para a perenidade da paz.
Conselho com S
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