por Lo-Chi
Já estou
a ver o seu sorriso matreiro, ou como diria o brasileiro, o seu sorriso de
sacanagem. Vou frustrar-lhe ligeiramente, e já saberá, porquê ligeiramente. Eu
vou mesmo falar da banana. A banana, fruta, realço para me afastar dos bem
intencionados, é uma fruta cuja origem remota há mais de 8.000 A. C., e de
acordo com a Wikipédia, a banana
ou “pacoba ou pacova é uma pseudo-baga da bananeira,
uma planta herbácea vivaz acaule da família Musaceae (géneroMusa - além do
género Ensete,
que produz as chamadas "falsas bananas"). São cultivadas em 130
países. Originárias do sudeste
da Ásia (com excepção da banana-da-terra,
que é nativa do Brasil ), são actualmente cultivadas em
praticamente todas as regiões tropicais do planeta. Vulgarmente, inclusive
para efeitos comerciais, o termo "banana" refere-se às frutas de polpa macia e doce que podem ser consumidas
cruas.”
Sem
termos que consultar coisíssima nenhuma, sabemos que existe, mesmo em
Moçambique, uma variedade enorme de bananas, em termos de tamanho, bem como de sabores,
assim como de cores e odores. Desde a que chamamos puramente banana, como
banana macaco, assim como a banana maçã, banana roxa, banana para cozinhar
etc.. Em termos de produção exportável, na América Latina, em muito dos seus países,
chegou a ser o produto básico de exportação, numa espécie de mono-cultura
dependente, de tal maneira que quando o preço da banana despencou,
desestabilizou a balança de pagamento e a economia. Julgo que foi uma das
primeiras grandes lições, na prática, do malefício da mono-cultura.
Para
além da variedade da banana, a forma de consumí-la, varia imenso de país para
país. Ao que me parece, dos países que conheço, quem mais integral e
diversificadamente assim o faz, são os da América Latina com um especial para
Cuba e Brasil, onde ela é consumida como fruta, madura, verde, cozida, crua ou
meia-crua, fazendo parte do cardápio. Porém a Ásia, também faz dela uma grande
provedora de nutrientes. Posto que, como sabemos, a banana é portadora das
vitaminas A , C, fibras e potássio. Mas para além da própria polpa, a casca,
que também contém vários nutrientes, é consumida em jeito de; farinha; bife
empanado de casca de banana; bolo de casca de banana; e diz-se com óptimo
paladar. Da casca, um mito percorreu alguns sectores da sociedade americana,
onde se dizia, que possuia efeitos aluçogênicos. Verdade porém é que a banana
tem uma capacidade radioactiva, mas de uma radioactividade muito baixa. Mas
quando em grandes concentrações, como no caso das grandes exportações em porões
de navios, já diversas vezes accionou instrumentos de controlo de
radioactividade. Mas saiba, que em termos de aproveitamento da bananeira, não
se esgotou. Aquele cone roxo, que sai depois do cacho da banana, designado
invariavelmente de umbigo da banana ou coração de bananeira, o seu miolo é
comestível, integrado em culinárias, como no bacalhau, carne moída ou linguiça,
bem como para fins medicinais, utilizado como xarope. Para além de aspectos
culinários, o termo banana foi e é basta vezes usado com sentidos vários. Já
ouviu decerto falar “puseram-lhe uma casca de banana”, bem como “república das
bananas”, e ainda “aquele homem é um banana”, etc., etc..
Um desses dias, estando numa cavaqueira sobre o sabor
das frutas e quejandos, acabamos falando da banana, muito a propósito do facto,
de havermos mandado a empregada doméstica comprar frutas e ela vir dizer que
havia a banana que a senhora gostava. Era aquela banana pequena, muito
saborosa, a que eu faço sempre confusão; nunca sei, se chama-se banana-macaco
ou se banana-maçã. E na sequência da empregada, a minha irmã, faz afirmação, de
ser raro aparecer, no mercado, esse tipo de bananas, e daí a minha informação,
que o mercado onde aparece e consome-se todo o tipo de bananas, ser o mercado
de Nampula. E a minha irmã na sequência dizer , Olha, a minha cunhada diz que
na Beira, só sai e consome-se essas bananas grandes. Vai daí, que dois, de
outros três indivíduos presentes, do tipo de mente igual àquele leitor que
sorriu no princípio dessa nossa exposição, saem com uma conversa, em que pegam
no termo banana, no seu sentido metafórico, muito no jeito, apesar de
disfarçado, porém notoriamente visível, de que cada um, no fundo bem no fundo,
estava sim, defendendo as suas respectivas anatomias do baixo ventre, como sói
dizer-se, numa linguagem de salão, entre os bem e os mal dotados. Dizia um,
Estás a ver; as senas e as ndaus sabem bem o que querem, o tamanho determina. E
outro foi replicando, Não, as macuas sabem que tamanho não é documento.
No meio
desses papo de macuas sabem e as senas e
ndaus não e que sim, de documentos e competências, sai-me um dos presentes, que
até a altura não tinha intervido, Mas nós estamos aqui a falar de tamanhos ou
de sabores da banana?!”, aquilo foi uma explosão imediata e automática de riso,
com tal intensidade que acabamos com aquela dor muscular no abdómen, e ele, o
único imune a este ataque de hilariedade. E chegados a este ponto, o quê que
diremos: que este sujeito foi um distraído; de compreensão lenta; ou disse a
coisa mais acertada? Se parvo era ele, ou nós que o rimos? Fica ao seu critério
caro leitor. Isso, muito a propósito de bananas.
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