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por Lo-Chi
Falei no pretérito trabalho do carnaval e volto desta feita falando do
carnaval, mas um carnaval perfeitamente evitável. Está a ser por demais as
mortes na estrada principalmente as de contribuição maior; feita por aqueles
que era suposto serem os guardiões da condução defensiva, por possuirem
habilitação para tal, e para o efeito possuirem a chamada carta de Serviço Público.
Informalmente; nos orgãos de informação; na boca do povo; temos ouvido
com frequência, alguns nomes de empresas de transporte público, que
descaradamente e como se fosse um campeonato, vão, ao seu gosto, atropelando as
regras de transporte de passageiros, com especial enfoque para o excesso de
velocidade e ultrapassagens irregulares, e em consequência batendo recorde nos
acidentes. E entre as informações detalhadas que corriam boca afora, o nome da
empresa Maning Nice, era veiculada com uma insistência indisfarçável, sobre os
seus atropelos e diatribes. Recordo-me, que no ano passado, soube de um
acidente ocorrido em Lindela, onde pereceram várias pessoas. Vem-me a memória que
um dos pais afectados, morreu-lhe o filho, estudante universitário. Pouco tempo
depois, falaram-me do despiste de um sujeito que seguia num Mitsubish novo, na
zona de Lualua distrito de Mopeia, porque um machimbombo Maning Nice fazendo uma curva a alta
velocidade, sai da sua faixa de rodagem, e aquele para evitar o embate frontal,
desvia para fora do asfalto, o que acaba num despiste que desfaz o seu carro
com uma destruição completa, só não
perdendo a vida graças a Deus. E o tal Maning Nice, não se deu ao trabalho de
parar para socorrer o tal desafortunado. Nas proximidades do mesmo troço, EN 1,
no ano passado reportou-se na televisão o despiste de mais um autocarro.
Do ouvir dizer e ver reportagens na televisão, fui confrontado com
realidades factuais, dos tais desmandos. Mas antes, fui questionando o porquê
de não intervenção das autoridades, no sentido de pôr a(s) empresa(s) no
procedimento correcto de modo a evitar o sangue que corre as catadupas nas
nossas estradas com grande contribuição
desta empresa e algumas tantas outras. A primeira que vivi, foi numa viagem do
ano passado. Fui de carro à Mocímboa da Praia e à Palma saido de Quelimane. No
meu regresso, passou por nós um autocarro da famigerada, a uma velocidade tal
que nos arrepiou, posto que a ultrapassagem foi feita praticamente em cima de
uma ponte. O que só confirmou a informação maning bad que se tem dela. Neste
ano, no mês de Fevereiro, na altura da interrupção da via por causa do excesso
da chuva, fico três dias pendurado na Beira vindo do Maputo. Quando se dá a
reabertura, vou, no dia 16/02, a terminal de passageiros inter-provincial de
Matacuane, dirijo-me ao guichet da ATB, uma companhia de transporte, compro o
bilhete Beira Quelimane, mandam-me estar as três da manhã no terminal. Porém,
quando lá chego, estou esperando pela tal companhia, cujo autocarro, de repente,
soube que ia à Tete, e que os passageiros para Quelimane, passavam necessária e
sem aviso-prévio para a famigerada Maning Nice. Contactada a tal, confirma que
sim, que havia negociado essa solução. No meu desespero de passageiro
desgastado com a retenção e depois o stress de ter madrugado, e sem o
transporte que me havia levado ao terminal, lá me submeto, num receio
fundamentado em toda vil atitude, propalada aos sete ventos, mas esperançado
que sairia ileso. Qual quê!? Os sinais preliminares já davam um péssimo agoiro:
conversa ao celular do motorista em plena condução, música expelida com décibeis
de poluição sonora, deixando de ser música virando barulho.
Foi que então, entre
a ponte do Pungué, na EN1, e a entrada para o Chitengo, estamos numa curva, início
de uma descida e ... a vista uma carrinha, por detrás de um camião, que
pretendia passar com cautelas, num espaço deixado por um outro imobilizado e
com o cavalo enveusado ao longo de dois terços da largura, no sentido contrário
ao nosso, ocupando os tais dois terços da faixa de rodagem. E o nosso incauto
motorista vai todo lampeiro, bate por detrás da carrinha imobilizada atrás do
camião que tentava passar na frincha. Aquela carrinha é nesse embate
ensanduichada entre o nosso autocarro e o camião de frente, e é expelida dando
um meio peão, e o nosso autocarro ainda vai a tempo de embater frente a frente
com o camião imobilizado. Em resumo, quatro carros envolvidos, com o motorista da
carrinha entalado nos escombros.
O motorista da
carrinha, retirado depois de várias tentativas, completamente ferido, é levado
ao hospital de Gorongosa, de onde tivemos conhecimento que lhe tiveram que
amputar a perna. No entrementes dos acontecimentos, um pouco refeitos do susto,
nós os envolvidos no acidente, reunidos, vamos tecendo comentários à propósito,
é aí que somos brindados pelo motorista do camião da frente, com histórias
recentes da famigerada transportadora, que mais parece uma equipa da formula I.
Contava, ele, que num passado de menos
de uma semana, um autocarro da mesma, despistou-se na zona entre o Guro e
Galingamusse, porque ia a velocidade de som. Tentava fazer uma curva, e
logicamente, sai da estrada e vai, feito uma caterpillar, tentar destroncar um
rochedozito que lhe pôs os dois eixos fora do lugar, mesmo assim tendo o dito
cujo, deslizado uns oito metros. Dispensa comentários! Mais; o polícia trânsito,
que veio fazer medições e elaborar o croqui, deu a entender saber, pela afirmação,
que a companhia transportadora Maning Nice, é a todos títulos, uma
desrespeitadora nata das regras de trânsito. É sobejamente conhecida, mesmo
pelos agentes do Estado.
A minha lógica pergunta é: porquê essa imunidade?! Controlá-la e
tomar-se medidas é plenamente possível, como acima de tudo, exigível, em face
de lutos e os consequentes problemas de diversa índole que esta e outras do
mesmo calibre andam por aí semeando impavidamente. Se têm essa informação, o
estado que se organize de modo que, por exemplo, ponha policias trânsitos disfarçados
em algumas viagens e produzir relatórios,
que seriam apresentadas aos donos/ e ou gerentes, que deviam ser avisados, que
a continuar atitudes marginais, estarem sujeitos a retirada das licenças;
relatórios com consequências. Ou, v.g.,
criarem fichas de preenchimento obrigatório, que seriam verificadas nos controlos
existentes nas saidas das cidades, com a
informação da hora da saida, que seriam verificados nos outros pontos de distância
razoável, das entradas das cidades intermédias e finais, para verificação da média
de velocidade. A verdade é que alguma coisa tem de se fazer.
No geral o que se pode dizer, da falta de respeito pelo consumidor,
constitui uma lista absurda. Autocarros com estrutura para circular com ar
condicionado, fazer mais de mil quilomentros, sem refrigeração; em outros, a música
é tocada de forma ensurdecedora, bem alta, com grandes probabilidades de lá
saires completamente surdo, devido aos decibeis debitados nas suas colunas com
música de gosto duvidoso. Filmes sem selecção conveniente, atendendo aos níveis
etários que frequentam esses meios públicos. Sem deixar de falar da arrogância
dos tais supostos servidores públicos, que muitas vezes desconhecem a importância
de informação, bem como as arbitrariedades cometidas em várias áreas, devido a
gritante falta de fiscalização de quem de direito. Conduzir a falar ao celular,
constitui prática corrente nesses meios de transporte público. Em resumo; o
Estado tem de aparecer mais interventivo, e não apenas como emissor de
estatísticas que pelos vistos não impressiona ninguém. Urge a fiscalização
efectiva dessas fábricas de óbitos!
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