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domingo, 20 de janeiro de 2019

O futuro que me interessa

Por: Lo-Chi




Entrei na onda nacional, sentimento de satisfação, não por ver alguém preso, mas por sentir que o que todos nós passamos a saber (desde o relatório da Kroll, mas que alguns teimavam em fazer de conta que não) o roubo que sofremos de uns poucos, começava a ter uma espécie de justiça. Passado o momento de euforia, que fiz por encurtar o máximo possível, para não cair na tentação masoquista de sentir prazer com o sofrimento alheio, saí do presente e fui para o futuro com os olhos postos no passado, que fez este ignóbil presente armadilhado.

Não só me interessa que estes embustes não aconteçam jamais, seguindo um pouco a trilha do nosso hino, que jamais nenhum tirano nos volte a escravizar, mas para o efeito, microscopiar as causas, para evitar as consequências. Os efeitos, são, para os olhos que vêm, e agora, bem como para os catracegos, o aproveitamento descarado, dos servidores da rés pública. Em primeiríssimo lugar, temos que pensar o mais urgente possível, tocar na lei mãe (Constituição da República) como um imperativo nacional urgentíssimo, no que tange a possibilidade de separação efectiva dos poderes, dos constituintes do Estado; o executivo, o judicial e o legislativo. Sabido, e claro ficou, que aquele que tiver o primado, em relação a um outro, claríssimo que vai ter a tentação de nele se imiscuir. Ficou provado, e nota-se, que o judicial, timorato e valetudenário, sai deste imbróglio completamente chamuscado. E aprendamos, que temos que arranjar um meio de ninguém (órgão) nomear ninguém (órgão). Dar posse é uma coisa, nomear existem formas adoptadas em diversos países que são eficazes. Por outro lado, o próprio judicial, mesmo querendo fazer algo, (em situações por demais evidentes de enriquecimento ilícito, muitas vezes, o safardana passeando com jactância, para além das interferências) a legislação não ajuda. Por isso, preventivamente, a legislação deve criar facilidades de encurralar os que deiam sinais evidentes de enriquecimento sem causa justificada. O ónus da prova, deve ser irrefutavelmente do visado e não da autoridade que ficar a velar por tal, bem como as medidas preventivas, preconizadas e nunca efectivadas, se ponham em prática.

Nós (moçambicanos) temos que ser, antes de membros de um partido, cidadãos desta pátria, posto que a nação não é uma competição desportiva, onde tudo para o meu clube e outros que se danem. Que ninguém pense, que quando o seu partido faz porcarias, pode parecer que só prejudica a uns, mas como vimos, nós do partido nenhum (que somos a maioria) e os do A, B e C, ficamos todos afectados, pelos exageros tresloucados de uns poucos azougues de um único partido. Quando falo de nós cidadãos, também me quero referir à polícia e ao exército, que não se arregimentem em princípios partidários, como se ainda estivessem na idade da pedra, mas se norteiem pela legalidade.

Ps
Depois deste banho, no pretérito 29 de Dezembro, na alma sofrida, deste cidadão que se sente, não poucas vezes, enteado, nesta nossa casa chamada Moçambique, limpei-me com a toalha da razoabilidade reflexiva e após confecção desajeitada, coloquei, na minha parca mesa, esses snacks feitos de ideias que se pretendem construtivas, que quero partilhar convosco, ainda que não seja uma mesa lauta e suculenta. Estão servidos.


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