Por:
Lo-Chi
Entrei na onda nacional, sentimento de
satisfação, não por ver alguém preso, mas por sentir que o que todos nós
passamos a saber (desde o relatório da Kroll, mas que alguns teimavam em fazer
de conta que não) o roubo que sofremos de uns poucos, começava a ter uma
espécie de justiça. Passado o momento de euforia, que fiz por encurtar o máximo
possível, para não cair na tentação masoquista de sentir prazer com o
sofrimento alheio, saí do presente e fui para o futuro com os olhos postos no
passado, que fez este ignóbil presente armadilhado.
Não só me interessa que estes embustes
não aconteçam jamais, seguindo um pouco a trilha do nosso hino, que jamais
nenhum tirano nos volte a escravizar, mas para o efeito, microscopiar as
causas, para evitar as consequências. Os efeitos, são, para os olhos que vêm, e
agora, bem como para os catracegos, o aproveitamento descarado, dos servidores
da rés pública. Em primeiríssimo lugar, temos que pensar o mais urgente
possível, tocar na lei mãe (Constituição da República) como um imperativo nacional
urgentíssimo, no que tange a possibilidade de separação efectiva dos poderes, dos
constituintes do Estado; o executivo, o judicial e o legislativo. Sabido, e
claro ficou, que aquele que tiver o primado, em relação a um outro, claríssimo que
vai ter a tentação de nele se imiscuir. Ficou provado, e nota-se, que o
judicial, timorato e valetudenário, sai deste imbróglio completamente
chamuscado. E aprendamos, que temos que arranjar um meio de ninguém (órgão)
nomear ninguém (órgão). Dar posse é uma coisa, nomear existem formas adoptadas
em diversos países que são eficazes. Por outro lado, o próprio judicial, mesmo
querendo fazer algo, (em situações por demais evidentes de enriquecimento
ilícito, muitas vezes, o safardana passeando com jactância, para além das
interferências) a legislação não ajuda. Por isso, preventivamente, a legislação
deve criar facilidades de encurralar os que deiam sinais evidentes de
enriquecimento sem causa justificada. O ónus da prova, deve ser
irrefutavelmente do visado e não da autoridade que ficar a velar por tal, bem
como as medidas preventivas, preconizadas e nunca efectivadas, se ponham em
prática.
Nós (moçambicanos) temos que ser,
antes de membros de um partido, cidadãos desta pátria, posto que a nação não é uma
competição desportiva, onde tudo para o meu clube e outros que se danem. Que
ninguém pense, que quando o seu partido faz porcarias, pode parecer que só
prejudica a uns, mas como vimos, nós do partido nenhum (que somos a maioria) e
os do A, B e C, ficamos todos afectados, pelos exageros tresloucados de uns
poucos azougues de um único partido. Quando falo de nós cidadãos, também me
quero referir à polícia e ao exército, que não se arregimentem em princípios
partidários, como se ainda estivessem na idade da pedra, mas se norteiem pela
legalidade.
Ps
Depois deste banho, no
pretérito 29 de Dezembro, na alma sofrida, deste cidadão que se sente, não
poucas vezes, enteado, nesta nossa casa chamada Moçambique, limpei-me com a
toalha da razoabilidade reflexiva e após confecção desajeitada, coloquei, na
minha parca mesa, esses snacks feitos de ideias que se pretendem construtivas,
que quero partilhar convosco, ainda que não seja uma mesa lauta e suculenta.
Estão servidos.
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