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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O aeromodelismo

Por Lo- Chi


A primeira vez que ouvi falar dessa actividade desportiva, foi pelo meu irmão, que a praticou através das actividades da Mocidade Portuguesa ou do escutismo, cujo monitor foi o já falecido David Ribeiro. Depois disso, nunca mais. De repente, naqueles meu destinos laborais, errando Moçambique fora, estou inesperadamente em Inhambane e... zás, dou com o aeromodelismo em força.


Nesse zás de imprevisibilidade, levou-me irremediavelmente aos primórdios dos anos do meu filho, onde o seu pai, que comprava todos os tipos de brinquedos para ele levar avante os seus sonhos, para satisfazer bem como incentivar as curiosidades pueris, quantas vezes não se viu ele próprio envolvido nas quimeras e imaginações, de tal sorte que as vezes, à título de acompanhar o petiz, excedia o razoável tempo de utilização dos brinquedos, com tamanho envolvimento, e lá estava ele de joelhos, num vum vum vum, e rum rum rum, rasgando as imaginadas ruas e ruelas, trilhos e carreiros, ares e espaços aéreos, com tal intensidade e extensidade que acabou provocando o irónico comentário da mãe dos seus: o pai mais criança que o filho, afinal compraste o brinquedo para o teu filho ou para ti?!.


E foi nesse Inhambane aeromodelista, num evento internacional, que me revi, vendo adultos, entre a velhice e a infância, não de joelhos, porque isso faz calos, mas de cócoras, reparando e repondo as peças dos seus modelitos, colocando-os nas pistas, entusiasmadíssimos, entre a criancice e a adultice, repovoando a infância a preços de ouro: modalidade caríssima essa. Mas quantos não pagamos, e não pagaríamos, para voltarmos a ser crianças??!!


Os aviões crianças nas pistas transformados em brinquedos, à sério, dos matulões meninos pilotando, em acrobacias de faz de conta, todavia requisitando perícia, sob o olhar serenos dos aviões adultos, que iam presenciando as manobras, que os pretensos pilotos gostariam de efectuar neles. Algumas tão arriscadas, que acabaram em verdadeiros acidentes aéreos.


No fundo bem no fundo, a satisfação de um sonho não realizado ou se quisermos interrompido; quiçá.


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