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segunda-feira, 23 de março de 2015

Labour ominia vincit improbus




Caros amigos e colegas do graduado Fijamo
Labour ominia vincit improbus, é o que leio na gravata do meu amigo Ismael Fijamo, recém graduado no curso de Ciências Jurídicas, pela A Politécnica, frase essa que me parece constituir o axioma adoptado por esta instituição universitária. Curioso; uma vez perguntei o que significava a um estudante da mesma, e não vou dizer de que curso, para não escandalizar, e ele deixou-me com a sensação de surpresa.

Esse facto intrigou-me e pus-me a questionar, se a culpa era do estudante ou da instituição. Isso, porque sei que normalmente as grandes instituições, para qualquer um, que entre no seu seio, tem por obrigação integra-lo ou ambienta-lo. Dar a conhecer aquilo que hoje designam na linguagem empresarial de visão, estratégia, e valores da corporação. Apesar de que, os valores, raros são os organismos que os respeitam integralmente, sendo algumas vezes uma utopia, quando na realidade deveria constituir instrumentos para que a visão se transformasse em realidade. Aqui puxo a memória, a minha fácil compreensão, quando uma instituição multinacional que se preza, naquilo que eles chamam de “induction”, puseram-me a falar e a interagir com o administrador, o que era normal para a minha cultura, tendo em consideração o meu posto designado, passando por toda cadeia intermediária, até ao motorista e servente, o que me pôs aparvalhado, porque não entendia o porquê, na altura, mas depois, valorizei e percebi as razões e motivos, aliás a prática viva do que havia aprendido teoricamente no ISDE(Instituto Superior de Direcção da Economia), mas não havia percebido a dimensão: importância de uma integração integral, perdoem-me o pleonasmo. Se vocês estão atentos e como inteligentes que são, sabem que despendi esse tempo, dando o mote ao desafio que o ministro da educação motivou, de repensar a educação. E a educação precisa de ser repensada. Continuando; como todos nós sabemos, tenho a certeza, mas os que excepcionalmente não sabem, labour omnia vincit improbus, significa em português, trabalho persistente vence tudo, frase de um pensador romano, “Públio Virgílio Marão, nascido na cidade de Andes (actual Pietole), 70 a.C. e morreu em Brindsi, 19 a.C.; poeta, fortemente influenciado por outro bardo, porém este helénico, de nome Teócrito”*.

Pois bem, a veracidade dessa frase personificou-se neste homem, Ismael Fijamo Sadea, lincenciado, como mandam os cânones, cujo tem a honra de ser meu amigo, e eu amigo dele, constituindo a sua graduação o leitmotiv deste convívio, que se pretende lá mais para frente, leve e festivo. Mas antes da parte festiva do convívio permitam-me, ele e excelências, que eu vos apresente o anfitrião, sub Júdice. A sua graça já foi referida, dispenso e retenho-me no retrato. Este homem foi marcadamente influenciado por cinco pessoas:
-a sua mãe, Madalena Salima, de quem ele retém os ensinamentos básicos, porém estruturantes e visionários. Não a conheci, mas quando ele a descreve, fá-lo com tanta paixão e mestria, que quase acredito que a conheci.
-o seu irmão Oliveira, que não conheço, de quem ele fala amiúde, todavia nos momentos cruciais, ou quando pretende buscar um exemplo que vale por mil palavras, e ipso facto, servem de concreto, no sentido de engenharia civil, daquilo que acredita como valor.
-David Alone seu dirigente profissional, que nutria por ele e vice-versa uma estima especial. Dessa estima, estabeleceu-se uma espécie de compromisso intelectual, em que ele, o Fijamo, foi buscar as coordenadas e o gosto pelo saber. Eles divergiam, num aspecto essencial; Alone, simples e modesto, o meu amigo complicado e temperamental, mas depois compensa(va) com a racionalidade.
-**
E esse gosto pelo saber, levou-o a história, e foi aí que ele a revisitou, desde a Pré, a Idade Antiga, a Média, a Moderna e a Contemporânea. Nesse percurso, conviveu com matemáticos, filósofos, escritores, cientistas; e quis ele, que a marca fosse indelével, de tal modo que foi emprestar-lha a nomenclatura da sua prole masculina; ora então vejamos para aferir:
-ao mais velho Heitor, foi buscar a mitologia grega, onde este um príncipe de Tróia, foi um dos maiores guerreiros, cantado pelo Homero, que quando a ele se referia no seu poema épico, Ilíada, o designava ora de “domador de cavalos” ora de “espada flamejante”.
-ao segundo deu-lhe o nome de Eureka, Heureca, uma interjeição grega, usada, quando alguém encontra ou descobre algo. Expressão que se atribui ao Arquimedes (matemático grego), quando descobriu, no banho, a lei do peso específico do corpo.

Abro aqui um parêntese para especificar, que para as meninas, ele preferiu ir para os aspectos sentimentais e puramente culturais ( Loveness e Tchanaze), aliás, mostrando aqui a sua multi-discipline, ou quiçá realçando a sua faceta poliglota.

Isso para dizer, quase concluindo, que o meu amigo, Ismael Fijamo, antes de entrar para a academia, era um académico informal, e que apesar da idade madura, metendo-se numa aventura não muito vulgar, e não obstante tudo a desfavor, por causa da antecâmara da senilidade, não me admirei, quando informalmente, vários alunos, colegas seus, o consideraram melhor aluno do curso, -“labour ominia vincit improbus”. Antes de terminar, e parafraseando os ensinamentos do nosso grande criminalista, António Frangulus, dizer que o que acabou de ser dito, não é um juízo de suspeita, nem sequer de probabilidade, mas sim um julgamento, com a sentença transitada em julgado. E agora, nos finalmentes, dizer que, tenho a certeza, conhecendo a sua perspicácia e argúcia, munido do manancial de conhecimentos jurídicos legais recém adquiridos, que o meu amigo fará muito, do pouco tempo que lhe sobra, isso se atentarmos as estatísticas de esperança de vida, para se destacar com zelo, competência e brio, como profissional da sua área. Bem haja, o licenciado Ismael Fijamo Sadea.
Amilcar Gil de Melo

PS. Perdoem-me os viciados do termo doutor, repararam que em momento nenhum utilizei essa designação. Isso porque, tendo muito respeito pelo esforço do meu amigo, e sabendo ele, que muitas vezes utilizo esse termo no sentido irónico, as vezes até pejorativo; sem desprimor dos que realmente são, posto que em cada pedra que se chuta hoje encontramos os que eu designo de doutores micro-ondas ou doutores sem ciência, e que de doutos nada tem; não quis que, por equívoco ou analogia, melindrasse o meu amigo, pensando que o incluía nesse lote de embalagens vazias e nada atractivas.                              
*Wickpedia

**faltam aqui os outros dois, só que, são contas do outros rosários e em consequência não são para aqui desfiados.

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